sábado, 5 de novembro de 2022

Páginas Perdidas do Grimório do Kadin

     Bom dia, boa tarde, boa noite. Cheguei pra mais um post, desta vez tão espaçado em tempo que dá até vergonha por que tempo eu tive. A boa notícia é que embora eu não dê a moral que o blog pede, o projeto mesmo está sempre vivo na minha mente, matutando ideias e soluções, estou sempre buscando inspirações de várias fontes, mesmo as não relacionadas com magia - principalmente as fontes não relacionadas com magia, diria que são as mais impactantes. 

    O problema da vez é a lore dos módulos da Transformação, as peças que serão passadas para o jogador tentar montar suas magias e com as informações que o jogo precisa para traduzir aquilo em uma magia de fato. 

    Adoro usar D&D como referência. 

    No Dungeons & Dragons, existem algumas características que devem estar presentes em todas as magias, que fazem parte da estrutura da magia, e que são necessárias pois afinal, D&D é um jogo cooperativo e precisa de algumas regras para funcionar. São essas características o Nível da Magia, o Tempo de Conjuração, o Alcance, a presença (ou falta) de Componentes (Verbais, Somáticos, Materiais), a Duração do efeito e por fim, os Alvos
    Eu pessoalmente gosto dessa visão pois, novamente, D&D é um jogo, e ele já trata de questões técnicas de uma magia. É necessário descrever em detalhes o que é necessário para conjurar, o que ou quem a magia afeta, qual a distância máxima que ela consegue ser efetiva ainda, por quanto tempo seu efeito consegue durar. 
    Ainda no D&D, ele faz questão de não descrever, ou de descrever apenas o mínimo possível, dos motivos, dos porquês, pois assim ele deixa aberto ao jogador fazer como quiser, colocar a roupagem, a skin que quiser, o que é exatamente o problema que quero resolver aqui, e isso me diz muita coisa. 
    Se o D&D que é o D&D fez como fez, por que eu faria diferente? Bom, por que eu quero ir além. A WotC tem mais o que se preocupar do que só a sessão de magias no Livro do Jogador. Eu não, estou completamente focado nessa sessão e dane-se o resto do mundo.

    Então prosseguindo, como crio minha skin para meus módulos?

    Vou continuar me apropriando de materiais criados por aí, sejam eles da fantasia ou não. 

    Relendo posts antigos eu fiz referência a Naruto e seus ninjutsus, e aqui os módulos para um ninjutsu é uma mistura das características do chakra do usuário, a manipulação do chakra e os selos com a(s) mão(s). Provavelmente tem mais coisa aí mas tanto faz, tá feita a roupagem pra um sistema de magia que tem até nome, Ninjustsu. 
    No universo de Harry Potter não explica muito bem essa roupagem, tem um fator genético, tem a varinha, tem palavras que precisam ser ditas, tem gestos que precisam ser feito. Na verdade não é um bom exemplo pra mim também pois faz eras desde que assisti pela última vez, mas estou citando pois vi que teve fanfic que tentou (e se páh conseguiu) fazer exatamente o que estou fazendo aqui (um sistema de magia) só que focado nesse universo, confesso que ainda não li, mas está lá, toda uma descrição dando sentido a como a magia do universo do Harry Potter funciona. 
    O jogo Magicka 2 possui 8 elementos (módulos) que podem ser usados sozinhos ou combinados seguindo algumas regras, e algumas formas diferentes de conjurar essas magias como só tacar, ter a si mesmo como alvo ou epicentro do efeito ou encantar a arma com aquele efeito para que ele aconteça em golpes. Existe todo um conjunto de regras tratando cada possível combinação e daí saem a maior parte das magias, pois ainda existem algumas magias que são aprendidas no decorrer do jogo que exigem uma combinação específica dos elementos e uma forma exclusiva de conjuração. A lore desses módulos da magia nesse jogo está em cima desses elementos, que são concedidos ao jogador um a um no começo do jogo e explicado o que são, como elemento da vida ou da necromancia que se anulam, elementos clássicos como água, fogo e terra, mas optaram por não colocar ar, e outros elementos que costumam aparecer quando percebe-se as limitações do sistema dos 4 elementos, como gelo ou relâmpago. Esses são os poderes dos magos lá (deixei uns 2 ou 3 de fora), e acabou a roupagem. Ou melhor, não precisa de dizer mais dessa roupagem pois são auto explicativos na maior parte das vezes, com a apresentação um a um, o que eles fazem. Parece limitado mas não é, é bastante intuitivo, pelo menos dentro do cenário desse jogo. 

    Mas no fim vou dizer que os módulos são runas, cada runa tem suas características, e se posicionadas de certa maneira conectam suas características em efeitos mais complexos, e por aí vai na criação da magia. Evoluo isso ainda mais adicionando os círculos mágicos, então tenho uma mistura de runas e geometria que são ambos esteticamente agradáveis e possíveis de construir num código de computador para que o jogador construa suas magias. Não é como se não houvesse outros métodos, mas é que esse parece um bom começo. 

    Runas e Círculos

    Começando com as Runas, existe uma questão cultural e estética aqui, a cultural é a relação com as runas nórdicas que são várias vezes relacionadas a magia da vida real, e isso causa a questão estética que faz as pessoas já estarem de certa forma acostumadas a verem essas runas pensarem que estão relacionadas a magia. E a questão estética nem precisa estar relacionada as runas nórdicas, vários símbolos trazem misticismo junto com eles, um Ankh, o Olho de Hórus, os vários símbolos do  horóscopo, sigilos então nem se fala, um gerador de sigilos é a automação da criação de símbolos aparentemente mágicos (aparentemente, por que enquanto for só o resultado do script é só um desenho aleatório, a magia de fato viria depois). 
    Existe todo um conceito por trás dessa estética fazer sentido que não pretendo me aprofundar aqui, mas quero dizer que a estética funciona, ela trás para quem vê a ideia de que aquilo está relacionado com magia. Bom, para o meu jogo eu não gostaria de usar nada que já exista de fato nesse ponto, vou usar a ideia, não o conteúdo. Mas eu vou me aprofundar na ideia, na lore, vou tentar criar um motivo para que os símbolos que criar para representar os módulos sejam como são e fazer as coisas com que tenham múltiplas camadas de sentido. No futuro, claro. Por hora, foco em fazer a mecânica funcionar. 
    Por falar em mecânica, os círculos mágicos estão amplamente conectados a magia arcana. Ainda mais, amplamente conectados a magia fantasiosa na cultura popular, apesar de ser mais uma apropriação da fantasia sobre a realidade. E mais uma vez traz consigo um pacote estético muito poderoso, muito presente, o que é bom pra mim: Se a própria imagem é tão atrelada a magia, mesmo uma explicação ruim sobre o por que ela é mágica é mais facilmente aceita! =p
    Falando mais um pouco da mecânica antes de voltar para a lore, tenho aqui então as runas representando os módulos e os círculos representando as conexões entre esses módulos? Ainda não, tenho que criar mais conexões com a Mana e com o desejo do personagem conjurador, e vou fazendo isso lado a lado com a lore


        Tá, mas e a lore

    Porquê uma Runa é mágica? Como ela está relacionada com a magia? Com a Mana? Como esse efeito acontece? Porquê "esse" efeito e não "outro"? Bom, vou ter que simplesmente criar uma resposta agora, sem mais raciocínio lógico em cima de pesquisas. É essa a hora de colocar a culpa em algum deus da magia? Yep.
    Recapitulando, estou trabalhando na criação de um sistema de magia, que com regras e lógica seja capaz de reproduzir quase todas as magias que vemos na fantasia, mas como isso é amplo demais eu decidi começar com a Mana, uma energia em específico amplamente conectada com magia (na fantasia, claro), da qual estou mais habituado eu mesmo. Lá atrás na página 7 eu criei um conjunto de regras e descrições para a Mana do mesmo jeito que estou fazendo neste texto agora, características que tenho que respeitar o máximo possível para continuar criando. E para conjurar usando Mana, disse que o conjurador precisa de Sentir, Manipular, Subjugar, Transformar e enfim Manifestar a Mana em Magia, sendo a transformação a etapa onde as runas e círculos se encaixam. 

    Ditas as regras, vamos criar os fatos:

  • Uma runa é um pedaço de texto ou de desenho (ou de pictograma, ou de ideograma, ou de qualquer representação visual bidimensional que seja esteticamente interessante) que guarda um significado em si, com a característica de interagir com a Mana de maneiras específicas para cada runa. Isso é um fato da natureza, assim como as coisas caem para baixo ou o fogo queima, a runa está entre aquelas poucas coisas que interagem naturalmente com a Mana. Porque disso? Insira qualquer história aqui. A resposta "fácil" é falar que um deus mudou a realidade para ser assim, mas podemos só dizer que sempre foi assim ou dizer são reminiscentes de uma civilização mágica antiga que foi capaz de alterar a realidade em que viviam mas assim como os atlantes, sumiram da existência. Na verdade deixar em aberto pode ser mais interessante do que definir uma resposta, então a resposta é que não há resposta para o por que das coisas serem assim, só são. 
  • Um conjunto de runas formam um Sistema Rúnico, que assim como as letras do alfabeto precisam estar seguidas umas das outras em um padrão para formarem palavras, as runas podem ser conectadas seguindo certos padrões para formarem novos efeitos ou efeito mais complexos.
  • Um círculo mágico é literalmente um desenho de círculo que serve para encapsular um sistema  rúnico, fechando as conexões das runas, ajudando a direcionar a Mana através dessas runas. As geometrias usadas em conjunto com um círculo também tem essa função de auxiliar a Mana através das runas e auxiliar o posicionamento das runas dentro do círculo, como um caderno de caligrafia ajuda uma pessoa a escrever as letras alinhadas e espaçadas corretamente. Essas geometrias, para quem ainda não visualizou, são as formas que se vê dentro dos círculos, como pentagramas ou hexágonos. 
  • Um círculo pode conter outros círculos dentro, o que significa que é um sistema dentro de outro sistema, e assim como a matemática resolve os parênteses primeiro, para calcular o resultado desses sistemas rúnicos deve-se resolver os círculos mais internos primeiro. 
  • Os efeitos que uma runa faz podem, teoricamente, serem reproduzidos pela mente do conjurador, desfazendo então a necessidade das runas. Porém, o conjurador precisa ter conhecimento para fazer com que isso se torne verdade, e enquanto as runas fazem o trabalho automaticamente, a mente do conjurador tem que processar cada efeito individualmente, fazendo com que magias complexas sejam demais para a mente de um conjurador.

    Esses fatos parecem bons. Dá pra criar um história bacana usando isso de base. E também obedecem ao que defini como requisito aqui e aqui. Tem um problema a resolver que já percebi que é: se as runas estão baseadas na Mana, quando elas transformam a Mana em outra coisa por causa da magia, como vai ficar essa interação da runa com essa outra coisa? É importante mas nada que mais umas regras arbitrárias não resolvam. E certamente tem outros problemas ainda viu.... Essa parte do círculo ainda está difícil, mas deboas também, por que se pensar, uma magia com efeito tão simples mal precisa de runa, uma magia um pouco mais complexa precisa de uma ou algumas runas, conforme vai deixando ela mais complexa cria-se um sistema rúnico, para só então chegarmos nos círculos mágicos que já são magias bem mais complexas, então eles serem complexos não me parece um problema tão grande assim. No mínimo não são problema pra agora hahahaha. (O Kadin do futuro que se vire)

    Agora vem o teste. Isso tudo está sendo desenvolvido ao longo dos anos, com longos intervalos e possivelmente algumas coisas que disse agora não bate com o que disse antes. Preciso fechar essas pontas, testar se o sistema está funcionando e então, finalmente, escrever a próxima página do grimório. Tô achando que esses últimos posts todos poderiam ter sido páginas já, só não fiz pois achei que precisava seguir o modelo de um pedaço de Lore e depois minhas observações do tema. Acabou não sendo, fazer o que. Pois é, achou que é fácil? Não é não rapaiz, tá foda bagarai. Mas aqui está meu "algo mais". Feito melhor que perfeito. 

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