quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Da estante para a escrivaninha

Se me lembro bem, meu primeiro contato com desenvolvimento de jogos foi quando brinquei com OTServer em meus anos de adolescência (Kadin do futuro: me lembrei errado! Fiz um RPG espalhado nas páginas de um caderno de desenho quando criança hahuhausuhauh, ficou muito ruim!). Me sinto velho. Depois disso também veio um outro server que nem me lembro o nome mais, também brinquei bastante com RPGMaker, até cheguei a fazer um ou outro server de Minecraft no Raspberry Pi, foi massa. Mas eu gosto de pensar que o ponto de virada mesmo foi no fim de 2018 quando parti pra cima do GameMaker. O jogo Boulder foi feito nele, e depois veio um projeto de jogo incremental que trabalhava sob o nome Kingdom Inc. Era uma faceta, o "início da confluência", um... teaser, de algo que queria mostrar, queria dar uma primeira forma ao mundo com este projeto. Infelizmente paguei a licença do GameMaker para apenas 1 ano, e entre tantas reviravoltas em minha vida pessoal não pude utilizar bem este tempo, ao término o dólar aumentou tanto que não valia a pena pagar a licença mais, e o projeto, até então pausado, morreu de vez. Bom, quase, fechei o livro e coloquei na estante dos projetos inativos.


O Grimório

Eis que então, quando pude voltar a me dedicar nos projetos de desenvolvimento de jogos eu me vi sem uma plataforma para trabalhar. GameMaker estava muito caro (e sinceramente, não vale o preço nem se eu recebesse em dólares, mas não fui eu quem disse isso =p), outros softwares que usei antigamente não me serviam, Python foi enfim descartado como plataforma de desenvolvimento... Bom, não tenho um quadro pra pintar mas posso desenhar no papel não é? Eu literalmente fui pro papel, muitas coisas passavam pela minha cabeça e queria colocar em algum lugar, admito que na hora esqueci-me deste blog, e num fichário velho eu comecei o "Grimório", outra faceta de um mundo que gostaria de trazer pra confluência. Lá escrevi algumas experiências que quero trazer, não em um jogo, mas em todos eles talvez. Pelo menos todos que vieram destas mesmas terras inexploradas. 
Em meu último post disse sobre organizar melhor meus projetos e estruturar o blog para isso, e bem, parece que os posts podem receber Marcadores que por usa vez podem ser usados para procurar e filtrar posts! Passarei a usar estes marcadores para identificar estes projetos, algo como as plaquinhas nas estantes, delimitando a quais temas os livros lá pertencem, na prática essa analogia não se encaixa muito bem mas vai servir. E desta forma, pesquisando pelo marcador Grimório deverão ser encontrados todos os posts futuros sobre este projeto =D
Spoiler alert: O ritual de invocação do conteúdo do Grimório já começou, e deverá ser trazido para a confluência conforme o tempo passa


Alchemist's Shop

Enquanto o Grimório é um amontoado de anotações, algumas dispersas e outras contíguas, ele não é nenhuma personificação de jogo, e como desejo abrir um portal para as terras desconhecidas dos mundos da confluência através dos jogos, eu precisava voltar a criar um. Sem plataforma para programar o jogo, eu optei por não programar o jogo mesmo e focar em seu design. Constantemente vejo notícias sobre desenvolvedores que lançaram jogos sem um pingo de conhecimento de programação. Isso não é nenhum milagre, é só que programação é um meio para um fim, um dos muitos meios, adiciono. Então voltei na estante dos projetos inativos, abri o livro do Kingdom Inc. e li seu conteúdo. É... fazível. Analisei seu conceito, as experiências que queria que o jogo tivesse, a forma com que estava desenvolvendo, não era das melhores, mas era viável. Digo isso por cima apenas, pois na verdade esse tópico merece um (ou mais) post dedicado ao assunto. 
Ocorre que após vários meses sem nem mesmo pensar neste jogo, eu estou agora em uma outra.. frequência, por falta de palavra melhor. O tema que quero explorar hoje mudou. Para fins de explicação, a ideia do Kingdom Inc. era a de um jogo incremental onde o jogador estaria na posição de um rei, não só em nome mas tendo que tratar os assuntos de seu reino como um rei. Queria que o jogador sentisse a experiência de estar sentado no trono do reino, comandando enquanto via seu reino crescer (ou cair) pelas suas ordens. Ou, pensando em meta, uma bela desculpa para a maneira com que o jogo incremental funciona, você clica num botão e um monte de coisa acontece sem que você mesmo tenha que fazer, mas ainda é você quem decide o que acontece e o que não. 
A ideia que tenho em mente mudou, ou melhor, amadureceu. Muito do que fiz foi inspirado em outros jogos, Realm Grinder (click me!) foi o primeiro grande incremental que joguei e deixou sua marca. Nada de errado em se inspirar nas obras dos outros, mas depois deste tempo parte dessa inspiração se esvaiu e deixou espaço para outra, mais antiga e, de certa maneira, mais forte também: Sempre amei magia, jogava com personagens conjuradores quase todas as vezes que tinha essa opção, e queria um jogo que tivesse mais contato com magia. Passei a querer mudar a temática do projeto para magia, mas sendo sincero isso não deu certo. Era melhor se eu conseguisse colocar esse tema em um jogo que tivesse mais aventura, então continuei procurando um novo tema pro jogo, que se adequasse ao meu ritmo atual e ao modelo de incremental, preferencialmente que pudesse usar o material já criado no Kingdom Inc., foi então que cheguei no tema de Alquimia. Uma mistura de química com magia.. Naah, o meu Alquimista tá mais para uns povo que usam uns ingredientes bizarros junto energias estranhas seguindo princípios que irritariam os químicos se eu falasse que tem relação.
Enfim nasceu (talvez renasceu?) aí o Alchemist's Shop, o jogador é um aprendiz em seu caminho pra se tornar um alquimista lendário, fazendo e vendendo poções, aprendendo novas habilidades, comprando novas ferramentas estranhas e ingredientes bizarros para outras poções fantásticas (ou não), tudo dentro desse arquétipo de jogo incremental. E assim como o Grimório, mais posts virão no tema, sob o marcador Alchemist's Shop (será que esse nome dá certo como marcador? Descubra, no próximo episódio)


Unity

Mas não é como se eu não tivesse nenhuma plataforma para desenvolver os jogos. Foi ano passado, eu acho, que fiquei sabendo que o Unity estava gratuito. Mas quando fui atrás de ver a respeito, achei que não estava à altura de uma engine tão f... Profissional. Fiquei apreensivo, pois como muito do que sei foi autodidata sei também que estou suscetível a erros e práticas ruins, tudo bem enquanto estava num cenário newbie, e como tal não fui nivelar na área dos high level. Um passo de cada vez. Esse foi meu pensamento quanto ao Unity (ou será uma desculpa?). 
E como todo bom jogo, você continua upando e eventualmente você percebe que pode dar conta de um boss que antes achava que seria f.. difícil. Chegou uma oportunidade de aprender o Unity, e com isso abrir espaço para todas as suas possibilidades, como conseguir lançar o jogo incremental (que comecei a planejar há talvez quase um ano) para mobile ou navegador, onde seria correto, ao invés de apenas para computador onde seria pouco visto, simplesmente não é o mercado certo. Bom, por "chegou uma oportunidade" quero dizer: de repente recebi uma oportunidade de trabalhar com uma equipe de desenvolvedores de jogos em um projeto já em andamento e para isso preciso aprender Unity, e com isso vou ter que engolir Unity no café da manhã pra estar a altura daqueles povo que são fera. Ainda assim, uma oportunidade de aprender Unity, e de quebra trabalhar oficialmente com jogos, com uma equipe organizada. Uma bela de uma oportunidade. Isso também significa que com 2 serviços vai ser difícil me dedicar em qualquer um dos meus projetos pessoais, ainda assim, Unity veio e farei bom proveito disso. 

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